sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Me formei!

Posso sugerir uma música, enquanto você lê?


Os últimos seis anos da minha vida foram sem dúvida os mais desafiadores! Sei que só tenho 26 anos, mas acredito que foi nesse período que tudo foi se direcionando. Pra ter ideia, eu comecei a faculdade em 2008, comecei a namorar meu marido em 2011 e também noivei nesse ano, casei em 2012 e acabo de me formar, em 2013. 

"Mas Sara, sua vida só girou em torno de faculdade e casamento?" 

Não! Em 2013 eu também saí da empresa onde eu trabalhava há 7 anos. Isso foi uma outra grande mudança, só que na vida profissional. Além disso, mudei de emprego para ter mais tempo para escrever um livro no TCC, e agora só falta ter um filho e plantar uma árvore pra completar a vida, coisas que eu tenho certeza que são mais fáceis do que escrever o primeiro livro. A Mariana Marques e a Luara Boldorini vão concordar comigo. rs. Vou fazer um post especial falando só sobre o TCC para contar nossas aventuras qualquer hora. 

Na terça, dia 10, fiz minha última prova. O professor corrigiu na hora e foi então que fiquei sabendo que, finalmente, eu tinha acabado a faculdade de jornalismo que comecei 6 anos atrás. Eu entrei nesse curso querendo ser a Lois Lane. Uma jornalista que acredita na verdade, não se deixa subornar, ganhadora de prêmios e ainda por cima a musa do Super Herói. Entrei pensando que jornalismo era a profissão do meu sonho por que ela transforma o mundo, viabiliza a justiça social e denuncia as coisas erradas. Entrei acreditando que eu ia aprender a fazer a diferença. 

Terminei agora, e sabe o que descobri sobre minhas convicções iniciais? 

Continuo querendo ser a Lois, ainda acredito que jornalismo transforma o mundo e sei que há milhões de maneiras de fazer a diferença. Só que isso tudo, é mais difícil do que se pensa, e não se ensina na faculdade. Me formei, pra começar a planejar como vou chegar onde sonhei, e eu vou chegar.



Meus pais, Antonio Novaes e Edna de Paula, acreditam nas mesmas coisas, e sabem que esse curso foi difícil para mim. Trabalho desde os 15 anos e acho que boa parte do que ganhei foi pra financiar esse projeto. Valeu a pena. Para todos nós. Meu irmão, Israel Novaes, escolheu ser músico. Veja bem, alguns pais se sentiriam meio constrangidos com um filho Músico e uma filha Jornalista, mas não os nossos. Eles nos fizeram seguir em frente acreditando que Deus tinha um plano em tudo isso por mais que parecesse difícil. 

Nesse post, quero contar sobre essa conquista, falando sobre algumas pessoas que ganhei e perdi no decorrer do processo. 

Nos últimos seis anos, o giro de pessoas na minha vida também foi intenso. Eu meio que "perdi" amigos que estavam na minha vida desde sempre. Alguns deles, só perderam o contato comigo (ou eu com eles), mas outros saíram andando da pasta de "Presentes na minha vida" para "Lembranças". Sabe, aquelas pessoas que viveram momentos com você, te viram chorar e rir, mas que agora se converteu a amigo do passado? Pois é. Mas acho interessante como ainda vejo essas pessoas do mesmo jeito. Não sei mais como elas me veem, mas eu não consigo controlar meu coração e lembrar de tudo que vivemos sempre que encontro com uma delas. 




Esses dias encontrei a Ana Paula Tavares Freitas no mercado. Ela com seu noivo, eu com meu marido. Acho que não nos falávamos a uns 3 anos ou quase isso, mas nos agarramos num abraço apertado e tive vontade de chorar. Passávamos todos os intervalos do colegial juntas comendo salgadinho "Torcida". Nós e a Leila Bragagnolli Lessa. Sabíamos de TUDO uma da outra. Adolescente é assim, mesmo sem ter uma vida tão agitada, sempre tem alguma coisa pra contar, mas não pra todo mundo. Mas o fato, é que tenho certeza que eu não faço mais ideia nem de 30% do que acontece na vida dos meus amigos do passado, e o que o Facebook mostra é superficial demais, mas ainda vejo as mesmas crianças e adolescentes nas fotos de adultos deles, e a saudades que sinto é tão real e parece que fica mais forte quando escrevo sobre ela. 


A Nataly Anelli, agora mãe de um menino lindo de olhos grandes é minha amiga mais antiga. Eu não pude ir no chá de bebê quando ela me convidou, pois esse ano faltei em quase TODOS os eventos para os quais fui convidada (e o TCC levou a culpa na maioria das vezes), mas fiquei tão feliz quando soube da gravidez e do nascimento do pequeno Gu. Ela é um exemplo de amizade que nunca morre. Ficamos anos sem nos falar e nos encontramos no ponto de ônibus do centro a noite... Acabamos pegando o metrô juntas e voltando de carona com o pai dela, que até lembrava de mim. Sei onde ela mora, posso matar essa saudade qualquer hora, mas e essa saudade de nós com mais seis pessoas sentadas na escadaria da escola Queiroz Filho todos os dias, não vai passar nunca?

Sei que os dois casos que acabei de citar fazem mais de seis anos, mas já estou me preparando psicologicamente para o que vou sentir em relação a tantas pessoas daqui pra frente. Parece que crescer consiste em perder, mas não é o que eu quero. Não acho que alguém queira ir deixando pra trás tanta coisa, tanta história e tanta gente. 


Nos últimos seis anos trabalhei com pessoas tão incríveis, entre elas a Viviany Pereira, que começou me ensinando, foi se apegando e acabou virando tão amiga, que seria capaz de me ajudar a fugir do altar se estivesse casando errado. Acompanhei minha amiga quando sofreu perdas, quando ganhou o Murilo, viajamos juntas, e de tão presente que éramos uma na vida da outra, não tive dúvida na hora de chama-la para Madrinha. Foi ela e o marido que me levaram pra igreja enquanto me acalmavam. Esse ano também não pude ir no aniversário do Murilo, uma das poucas oportunidades que temos para nos ver e nem podia imaginar uns anos atrás, que me acostumaria a não falar com ela por pelo menos duas horas por dia. Nem dela, nem da Mikaely Querino, nem da Luciene Soares que também eram tão companheiras. Mas infelizmente, acostumei... 


Assim como acostumei a perder, praticamente "numa tacada só", os melhores amigos que cresceram comigo. Quem frequenta igreja, acaba passando por isso. A gente acaba formando aquele grupo de infância que parece que vai ser pra sempre, mas acabamos por ver esse grupo se dissolver e se refazer. Mudar de forma. As mesmas pessoas em posições diferentes. Ainda não aprendi como descrever isso e ainda é triste saber que Sara, Anderson, Kid, Israel e Kym não formam mais uma banda. Casei com o Anderson e terei ele pro resto da vida. Israel, meu irmão, sempre tive e sempre terei. Kym, de vez em quando aparece e acho que sempre vai ser meu outro irmão mais velho mesmo que eu o veja tão pouco, e Kid, que aparece mais raramente ainda, talvez não saiba a falta que faz. Talvez? Não! Certeza que não sabe. Mas o fato é, que as centenas de finais de semana, férias e feriados que passamos fielmente juntos não podem ser tirados de nós. Nossas conversas são pra sempre e nossas músicas também. Só que ainda me falta aprender uma coisa. 


Como é possível que o ser humano perca tanta coisa em tão pouco tempo, mesmo que ganhando outras? O que tem de errado em acumular? Só vejo problema em acumular lixo, papel e tranqueiras inúteis, mas que mal há, meu Deus, em acumular gente presente na vida?



Fico tão feliz quando tenho a oportunidade de passar um tempo com essa gente que não faz mais parte do dia a dia, que acho que deveria haver um jeito de continuar tendo todo mundo. Ainda parece que vou acordar amanhã e encontrar com a Rute Belo, Cristiane Araújo e Meg Godoy. Essa última, não sabe a alegria que me deu vindo dormir aqui em casa no fim do mês passado. Ficamos conversando até às 2h00 da madrugada, e se não fosse o sono ou a obrigação de acordar cedo no dia seguinte tinha ficado mais tempo com ela. Uma parte de mim queria poder fazer isso sempre, com cada um desses amigos, de sair sempre que marcamos, mas a vida parece que passa a perna nesses planos. 

Semana passada furei num jantar onde ia encontrar a Lillian Costa, o Ewerton Fagundes e a Karina Endres. Mesmo sentindo uma falta imensa deles, tive que comparecer a outro compromisso. "Comparecer a outro compromisso"... Isso não é uma daquelas coisas que juramos nunca falar quando crescêssemos? Eu não gostava nem um pouco do trabalho que fazia na companhia deles, mas a amizade desse pessoal me deu alívio nos dias difíceis. Inúmeros desabafos, pratos de sopa, bolos de aniversário e pratos comerciais divididos no Bom Retiro com eles tornaram meus dias melhores. 



Acabar a faculdade, confesso, foi uma conquista e tanto. Eu comecei a estudar em Janeiro de 2008, fiz um ano de faculdade, parei durante 2009, voltei para mais um semestre até Julho de 2010, parei por mais um ano, e voltei Julho de 2011 no quarto semestre para terminar só agora. Minha amiga Vitória Scritori (essa é um caso a parte, vamos pro asilo juntas), me ajudou a lembrar dessas datas e diz que eu poderia ter feito medicina nesse tempo todo. Na verdade, a Vitória foi uma das pessoas que mais me deu incentivou durante todos esses anos. Apesar de ser um ano mais nova que eu, ela se formou há uns quatro anos. Por isso, ela sempre foi minha editora particular, corrigindo todos os textos desse blog e até uns pra faculdade às vezes. Agora, mesmo rica e famosa, ela continua fazendo isso.  Ok, ela não é rica, mas é famosa. É dona do Aviviu e do Madrinhando. Sucesso! E tá só no começo. Sei que, diferente de tanta gente, ela vai permanecer na minha vida. Seja como colega de carreira, parente ou só amiga mesmo, e isso me dá uma alegria gigante.

Na minha primeira semana de faculdade, conheci a Daiane Almeida e a Vanessa Fiel, ambas mais velhas do que eu, mais experientes e mais divertidas, me aceitaram com meu jeito tímido e me deixaram a vontade pra ser eu mesma. Elas, e todos meus amigos sabem que eu sou meio (muito) diferente da maioria. Não as vejo mais, e apesar de tê-las no Facebook praticamente perdi o contato, mas quando eu encontrar com elas, sei que vai rolar aquele mesmo abraço de saudades. Quando voltei a estudar, em 2010, acabei criando amizade com um grupo tão diversificado com quem gostaria de trabalhar em alguma redação só pra ver todos os dias. Marcos Paulo, Vagner Vital e Felipe Esmerino me divertiam tanto e acabamos passando por várias coisas boas (e não tão boas) juntos. Eram os meninos com quem eu queria escrever. Nunca conseguimos marcar uma saída, e quando tentamos dá errado. Só encontrei o Vagner por acidente mas ambos sem tempo pro café. Ninguém tem tempo pra um café ocasionalmente não é? Sabe? Sem combinar tudo bem combinado antes. Acabamos caindo naquela de fazer o que a nossa agenda permite, e é por isso que não vejo mais tanta gente. Dessa época sinto falta da Renata Bartel, que não sabe o quanto me ajudou em um dos piores conflitos pelo qual passei. Lembro um dia em que ficamos ambas na sala enquanto eu contava tudo o que tinha acontecido e ela tentava me mostrar o que, obviamente, era o melhor a fazer e eu não tinha coragem. Conversei com a Re poucas vezes depois, mas ela não sabe como mudou minha vida, por isso aproveito para falar aqui: Deus te usou para mudar minha vida pra melhor. 

Dessa última vez, quando voltei a estudar, conheci a Vanessa Moraes, e independente do que ela pareça (ela parece muito má), do meu ponto de vista, ela sempre será uma amiga fofa, doce e sentimental, que quebraria a cara de alguém que me magoasse. Fiz meu TCC e praticamente todos os demais trabalhos com a Mariana Marques e a Luara Boldorini. Não sei o que a vida tem reservado para ambas além do que já conquistaram, mas sei que é o melhor! Assim como os demais amigos, elas me aceitaram e entraram na minha vida pra ficar. Juntas, nós corremos muito nos últimos seis meses, e apesar de não ter chegado ao final desse período como planejávamos, fiquei tão feliz por termos chegado juntas! Mas tão feliz, que não quero larga-las nunca mais. Mesmo a Mari sendo mãe de uma família linda agora (Larissa linda da tia!!!), e que a Luara tente fugir pra algum lugar pra vender as coisas que a natureza dá, vou encontra-las sempre, pois nós três conseguimos! Além delas, a Francini Pedroso e a Jaqueline Aparecida também foram companhias indispensáveis para que esse curso finalmente chegasse ao fim! 



Nossa, foi tanta gente. E isso por que eu nem mencionei Fórum, Igreja e família nesse texto. Na verdade nem mencionei todos. E tem mais, acho que é o maior texto desse blog! 

Tudo isso, só pra dizer que sozinha, eu jamais teria chegado até aqui. Meu muito obrigada à todos vocês. Com cada um, eu aprendi tanta coisa. Tudo que eu espero, é que tenha ensinado algo bom também.